A bem da minha sanidade mental
Houve hoje uma parelha de eventos que me deixaram muito mal disposto. Um ou outro, isoladamente, não teriam valido mais que um sorriso mesquinho... Juntos os dois, mordem como úlceras.
O primeiro refere-se à verborreia descritiva desse farol icónico da suprema sapiência nacional de sua graça Vasco Pulido Valente. Assina no público de hoje um texto de uma mediocridade que, manda o decoro, o deveria envergonhar intelectualmente. Medíocre no conteúdo, medíocre no raciocínio, medíocre no contexto, medíocre na veracidade. Um atentado intelectual gratuito que de uma assentada dispara meia dúzia de farpas ocas e sem juízo.
Segundo Vasco Pulido Valente existe "cumplicidade e oportunismo" na irresponsabilidade de Passos Coelho e Cavaco Silva, imagine-se, porque Passos não dá, desde logo, aval ao famigerado Orçamento de Estado. Orçamento de Estado esse que foi entregue hoje incompleto, na Assembleia da República, pelas 23h27, evento segundo patrocinador da azia... Eis a mediocridade deste povo exposta ao ridículo. Até já fica mal dizer que é para Inglês ver, afinal fez-se a República!, mas é certamente para alemão, holandês, francês, inglês, belga, sueco, finlandês e tantos outros verem... E o que vêm eles? Um teatro degradante: um ministro que necessariamente esteve a extinguir Institutos Públicos ao jantar, e a subir o IVA às chupetas da Chico a acompanhar o café... Porque de outra forma não se explicaria que o "mais importante Orçamento dos últimos 25 anos", nas suas próprias palavras, tenha sido entregue às onze horas e vinte e sete minutos da noite, incompleto, numa afronta desrespeitosa à Assembleia da República, e por consequência, a todos nós. É-me intelectualmente inatingível compreender tamanho amadorismo.
Vasco Pulido Valente e Teixeira dos Santos perdoarão a acidez gástrica de quem chega ao fim do dia desesperado por, aos 25 anos, se sentir tão envergonhado por quem o governa e intelectualmente confrangido por quem se arroga porta-voz da elite intelectual do seu país.