O outro lado do ouro negro
Toda a arrogância de um país que está em OPA corrente a Portugal, amistosa, sigilosa, o que quer que seja, com tanta riqueza que tem salvado o comercio de luxo em Lisboa e Porto, não serviu para conter as esperanças desta mãe...
Os médicos que analisaram os exames deram-lhes, assim, poucos meses de vida. Um diagnóstico inesperado para a mãe, Clementina Daniel, de 25 anos, uma camponesa angolana que viajou na semana passada de Angola para Portugal com a esperança de salvar a vida dos filhos.
Segundo o cirurgião pediatra Gentil Martins, o problema dos bebés é a partilha do coração. "Se fosse só o fígado e os intestinos, não haveria problema, porque já foi feita a separação nestas condições e os bebés sobreviveram", explica, acrescentando que "não se pode separar um coração e o mais certo é sofrerem de uma insuficiência cardíaca". Gentil Martins não deixa, porém, de estranhar que só se tenha dado conta em Lisboa de que os bebés partilhavam o coração e o fígado. "É algo que dá para ver com uma radiografia simples", diz. CM
Com ou sem os dólares do ouro negro, é triste ver quem tem de recorrer a quem...