Matemática socialista

Há dias em que o Governo Socrates me põe a pensar que, por algum acontecimento raro do destino, deixei de saber fazer contas.
Este é claramente um deles:
Este aumento de capital aumentará o dinheiro que o Estado pôs no banco, directa e indirectamente, para cinco mil milhões de euros, um valor da ordem de grandeza do pacote de austeridade que o Governo ver aprovado na sua proposta de Orçamento do Estado para 2011.
(...)
O Negócios lembra que as faltas de capital do BPN rondam actualmente os dois mil milhões de euros, sobretudo devido ao impacto de imparidades associadas ao crédito malparado e à reavaliação em baixa do património imobiliário.
Eu não sei quem ensinou matemática aos senhores Socrates e Teixeira dos Santos, mas a mim ensinaram-me que 2 é um número diferente de 5.
O objectivo original de "nacionalizar" o BPN era devido a buraco financeiro que ameaçava o sistema financeiro português em geral, e os depositantes do BPN em particular. E que, para isso, era preciso "tapar o buraco". Podemos discordar ou concordar com o principio, mas o que me deixa a duvidar da minha capacidade de fazer contas é:
Se o buraco era de 2 mil milhões, porquê injectar 5 mil milhões? E onde param os 3 mil milhões de euros (2 por cento do PIB) de diferença?