Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Um país à beira do abismo

Rui C Pinto, 25.10.10

Todos os dias lemos e ouvimos notícias sobre economia. Umas boas, outras más, a maior parte péssimas. Ainda assim, um ou outro indicador por vezes é suficiente para nos abrir uma janela de esperança.

 

Há perspectivas demolidoras. Sabemos que Portugal teve o 3º pior desempenho de crescimento económico da última década numa lista de 180 países e que deverá manter esse mesmo desempenho nos próximos 5 anos, segundo estimativas do FMI. A concretizar-se a previsão do FMI, Portugal completará duas décadas a divergir dos seus congéneres europeus e arrisca-se a aprofundar a crise económica e social em que já está mergulhado.

 

Perante tal perspectiva de futuro, o que resta de esperança? Onde está a janela de oportunidade? Na inovação, em ciência e tecnologia. É este o caminho. O problema é que há uma, e só uma, forma de governar em Portugal: investir em infra-estruturas e equipamentos. Sejam auto-estradas, piscinas, escolas ou hospitais, a perspectiva de desenvolvimento económico é a de um país de trolhas e serviços. Este modelo de desenvolvimento já estava esgotado no final da década de 90 e, no entanto, 20 anos depois, cá estamos numa segunda fase, com mais auto-estradas, um TGV, um novo aeroporto, a monstruosa Parque Escolar... Um país, um devaneio...

 

O modelo de desenvolvimento económico tem de mudar, sob pena de hipotecarmos o desenvolvimento do país por mais duas décadas. O novo modelo passa pelo investimento em inovação, investigação e desenvolvimento. Isto significa investir nas pessoas, em ideias e projectos, e menos em equipamentos. Implica redefinir o modelo de ensino, promovendo a criatividade e o mérito dos resultados, em detrimento do conhecimento e o mérito do desempenho. Obriga a diminuir o investimento público e disponibilizar crédito à economia. Significa internacionalizar as Universidades e Institutos de Investigação e incentivar as empresas a investir em I&D. Inevitavelmente significará sacrificar o investimento no bem estar imediato, para incentivar ao crescimento no futuro. Implica, sobretudo, estratégia e coragem política.

5 comentários

Comentar post