5-0
Não é que eu desgoste de futebol. Em miúda fazia colecção de cromos, jogava à bola e era uma fã louca do Glorioso.
Hoje o tempo foi-se e numa vida de prioridades, a única que tenho ligada ao futebol é manter as quotas pagas para poder ir aos jogos de tempos a tempos.
Ontem o Benfica sofreu uma derrota vergonhosa. Mas eu não vos venho falar de futebol. Venho fazer-vos uma pergunta.
Acham-se seguros no nosso país?
Eu não.
A sério que não.
Exemplos há muitos. Entre grupos de jovens que são ladrões conhecidos mas que acabam por nunca ser julgados, nem tampouco presos, e que continuam a sua vida à custa dos outros; ao Benfica.
E sim, eu sei que pode parecer um exemplo ridículo. Mas no nosso país o Futebol é centro de quase todas as atenções (agora foi destronado pela crise e pelo nosso PM), portanto não vi com muito espanto a decisão de colocar 600 efectivos da PSP no jogo do Dragão. 600 efectivos a menos a patrulhar nas ruas, não é?
Só que mesmo com esses 600 efectivos, houve bolas de golfe a voar. Tolerância zero? Talvez. Mas e se o cenário fosse outro e em vez de bolas serem tiros? Se mesmo com 600 polícias a tentarem proteger a fúria de adeptos se vêm em dificuldades, imaginemos que estariam a proteger pessoas "normais" de uma ameaça de morte? (Sim, porque parece que a maior preocupação da PSP era o plantel do SLB e não a segurança dos adeptos.)
a) Estaria um contingente tão grande da PSP? Ou a polícia só aparece nos jogos de bola, nas apreensões de droga e a passar multas?
b) Mesmo que estivesse, serão as estratégias da PSP suficientemente boas para evitar a consumação de uma ameaça?
c) E se não estiver, o problema é de quem? Dos polícias, de quem lhes dá formação, das leis que os restringem ou do Estado que não lhes dá recursos?
As respostas podem ser várias, mas preocupa-me enquanto cidadã, ver cada vez menos policiamento para a prevenção e segurança, e cada vez mais uma obsessão pela multa.