Entre marido e mulher, é imperativo meter a colher!

Todo o mundo ocidental se choca com as execuções de mulheres em países islâmicos por delitos tão absurdos quanto os métodos aplicados... Todos nós comungamos de um sentimento de reprovação, todos nos solidarizamos para com as vítimas. Porém, as vítimas também vivem em entre nós. Quando uma mulher morre vítima de violência doméstica, em Lisboa ou Teerão, a dimensão da violência de que é alvo é a mesma, muda somente a forma e a percepção da legitimidade dessa mesma violência.
Por isso eu pergunto, quando vamos chocar-nos com os números? Em Portugal morreram, em 2009, 16 mulheres vítimas de violência doméstica. Em Espanha morreram 56 (e este ano esse número já foi excedido). Na Rússia, morre uma mulher a cada hora, e no Brasil morre uma a cada duas horas.
Podemos viver com velhas máximas do ido país dos brandos costumes, como essa sobejamente conhecida "Entre marido e mulher, não se mete a colher".