Um desafio para lá das nossas fronteiras

Catarina Rocha Ferreira, 04.01.11

Em boa hora surge o projecto "FAZ, Ideias de Origem Portuguesa" que vem desafiar os talentos portugueses que estão lá fora para conceberem um projecto de empreendedorismo social a concretizar em território português. É uma mobilização que pode ser interessante no sentido de termos novas e melhores respostas para Portugal.

13 comentários

jfd 05.01.2011

Parece ser interessante, mas aos meus olhos parece mais uma daquelas coisas para atrasados .... esforçada demais e que vai ter resposta do target; "Who cares about this shit...."
Sempre ao lado infelizmente ou então, Deus queira que o meu cinismo seja menor que o reultado....
Catarina Rocha Ferreira 05.01.2011

Jorge, estamos sempre a criticar a fuga de cerebros para o estrangeiro e a falta de atracção que Portugal oferece para voltarem ou para se interessarem pelo nosso país. Esta iniciativa vai no sentido de valorizar ideias que os nossos emigrantes possam ter, aproveitar as mais-valias que a experiência internacional pode trazer e criar uma ligação mais próxima com todos os portugueses a nível global. Os resultados, não sabemos... mas devemos deixar de apostar num projecto interessante porque não sabemos que resultados poderá trazer?!

Diogo Agostinho 05.01.2011

Catarina,

Já tinha ouvido falar do projecto. Trata-se de um projecto muito interessante. Aliás, a luta pela nossa Diáspora deveria ser um desígnio nacional. Em Portugal os passos dados na ligação de Portugal com os portugueses lá fora foi dada com o nosso actual Presidente da República!

Integrar e aproximar os nossos compatriotas pode revelar-se de uma mais valia tremenda.
Catarina Rocha Ferreira 05.01.2011

Sublinho esta tua frase, Diogo:
"a luta pela nossa Diáspora deveria ser um desígnio nacional" :-)
Há imensos portugueses com talento a ser bem sucedidos lá fora e que no mundo globalizado em que vivemos podem com uma enorme facilidade ter uma voz mais activa e um papel mais dinâmico cá dentro. Há que mobilizar esses portugueses!
Diogo Agostinho 05.01.2011

E criar redes. Quantos portugueses daqui vão lá para fora fazer negócios? E as dificuldades que encontram? Se existisse uma rede de apoio, uma forma de partilha de conhecimento, de ajuda. A identificar potencialidades de negócios, a referir os costumes, as formas de negociação.

No Brasil por exemplo, quantos portugueses vão para lá a pensar na facilidade da língua como factor de facilitismo ao negócio? E depois batem com a burocracia, os níveis de intermediários...vão na cantiga, quando pensam que são eles que cantam. Muitos exemplos de insucesso acontecem no Brasil.

Faz falta a nossa guarda avançada alinhada com a base.

jfd 05.01.2011

Catarina claro que não devemos deixar de divulgar!
Mas não é pela nobre causa do projecto que devo fechar os olhos ao paternalismo e tristeza do conteúdo e forma.

Estas campanhas, aos meus olhos, deixam sempre muito a desejar. Perdem-se em conceitos de criativos que se têm muito em conta, custam sempre muito dinheiro e depois de resultado pratico têm pouco.

Fossem os recursos pragmaticamente utilizados seria melhor e muito mais eficaz com toda a certeza.

Mas claro, como disse, esta é a minha opinião.
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jfd 05.01.2011

Faz falta a nossa guarda avançada alinhada com a base

Este Governo tem feito muito no toca à utilização da diplomacia e sua rede em prol dos investidores nacionais.
Concordarás? Ou estarei com uma percepção errada?
Diogo Agostinho 05.01.2011

Concordo em parte. Este Governo tem feito esforços por eles de viagens empresariais. Algumas com sucesso, junto dos países que nós sabemos.

Agora, o que falo é de criar a rede com os portugueses lá fora. E criar mecanismos mais eficazes que a AICEP.

Segundo relatos, a AICEP promove muitas feiras, muitos jantares, mas... é aí que devemos apostar. Se já existem estruturas montadas, devem ser elas a ser o elan para promover a aproximação dos portugueses lá de fora.

O Presidente da República, por exemplo, promoveu um Prémio para a Diáspora. Vai sempre visitar as nossas comunidades e tenta dessa forma potenciar os laços.

Catarina Rocha Ferreira 05.01.2011

Redes de apoio para a internacionalização gosto do conceito, mesmo informalmente há vários sítios onde os portugueses no estrangeiro se acabam por juntar e ajudar mutuamente, acho que é algo que ocorre com bastante naturalidade (pelo menos em Londres via isso), com redes mais estruturadas as energias podem ser muito melhor aproveitadas!
Diogo Agostinho 05.01.2011

O Star Tracker por exemplo, é um caso de unir os portugueses pelos cantos deste mundo. São exemplos destes que podem fazer uma grande diferença.

Elsa Picão 05.01.2011

Catarina,

Obrigada por postares este video, agora já sei onde o encontrar.

Já o conhecia e acho uma ideia muito interessante.
Nós esquecemo-nos muitas vezes que portugal são 15 milhões de pessoas. Que é preciso aprender a tirar partido do valor economico da língua portuguesa. Que é importante valorizar a nossa Diáspora.

O Diogo, pela sua experiência, expôs com autoridade um conjunto de argumentos e ideias muito válidas que subscrevo.

É importante dar condições para que as pessoas, na sua maioria jovens, que saiem de Portugla para formação, investigação, oportunidades de trabalho voltem ao seu país caso o desejem? Claro que sim!

Mas tao ou mais importante que isso é ter consciência que enquanto estão em países de acolhimeno essas pessoas estão a absorver uma cultura, a criar uma network própria. Voltem ou não estãs pessoas são activos fundamentais para Portugal. São válidas fontes de informação. São, porque não assumi-lo, numa micro-escala embaixadores de Portugal.

Eg: se chegarem a uma empresa e forem o unico(a) português, a imagem de Portugal será projectada através dessa pessoa.

Há duas realidades que gostava de ver melhoradas e que o Diogo mencionou:

rede de portugueses no mundo (o exemplo mais claro é o StarTracker mas a adesão à rede é tudo menos óbvia ou acessível)

rede de apoio à internacionalização (o Diogo deu o exemplo do Brasil, quem conhece a realidade do processo de internacionalização das empresas portuguesas sabem bem que está aqui um bom instrumento)

Jorge, percebo o teu cinismo - embora espere que seja infundado:) - porque à falta de planeamento e definição de uma estratégia tende-se a desenvover várias plataformas com finalidades próximas, dispensando assim vontades e eficácia.
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Guillaume Tell 05.01.2011

Infelizemente o cinismo do jdf é mais do fundado...
As poucas iniciativas que o Governo desenvolveu para nós, na questão de criar redes de negócios, acesso a consulados, difusão do ensino português etc., foi sobretudo direcionado para a Venezuela , a China , a África do Sul, a Suazilândia e Angola (porque será?).

Cuidado! Não digo que foi boa ideia ter apostado nestes países! Os portugueses que vivem lá foram durante muito ostracisados, e isto não é nenhuma exageração! Agora em relação aos portugueses que estão na Suiça, no Reino Unido, na França, nos EUA, no Canadá, na Alemanha, no Luxemburgo, para não os citar todos, a que tivemos direito? Menos escolas de português, menos consulados e menos direitos (quiseram até nos impedir de votar para as legislativas!!!), e olhai que não tinhamos assim tantos!!!

Mas olha... desenrascamo-nos na mesma e isso não nos impede de sonhar no regresso à Pátria-Mãe ou em manter a nossa originalidade (o que em muitas comunidades já quase desapareceu).

Parabéns Gulbenkian, continuai o vosso belo trabalho!
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