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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Da oportunidade à irresponsabilidade...

Rui C Pinto, 09.02.11

 

Os protestos continuam no Egipto. É certo que a atenção mediática já era! Não há curiosidade que dure durante mais de uma semana! Para o europeu e o americano uma semana é demasiado para ver cair um ditador. Não saiu ao fim do segundo dia? Quem tem pachorra para esperar duas semanas? Os únicos interessados são agora os egípcios e os vizinhos do mundo árabe. Para nós já nos é igual ao litro. É deixar andar.

 

Portanto, chegámos aquele ponto em que o Ocidente começa o lavar das mãos e deixa o povo entregue à sua revolução. Já não há declarações diárias de pressão por parte de Obama nem Clinton, Sarkozy e Merkel já andam entretidos com outras coisas, não podiam estar menos interessados no assunto... E entretanto, sem pressão internacional, não só não saiu Mubarak como as cedências terminaram. O ditador não vai respeitar a vontade do povo, e não vai capitalizar o descontentamento daqueles que se revoltam, porque para ele o que está em causa não é o país como disse em entrevista à ABC, mas a sua dignidade pessoal e a sua imensa fortuna. Assim, esvai-se a oportunidade de uma transição ordeira e pacífica até Setembro que poderia ser negociada com a saída do ditador e a revolta dirigir-se-á às instituições e a todo o regime, pondo já em causa o país e não o ditador. Hoje, os protestos já alastram à porta do Parlamento. A oportunidade de sucesso que havia nesta revolta esfuma-se a cada dia que passa, com o povo de dia para dia a por em causa as instituições que deveriam garantir a estabilidade do país numa transição ordeira e pacífica. O caos adensa-se, perante a passividade internacional. Obama é o primeiro derrotado se não endurecer o discurso!

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