Geração mais do que rasca.
O sr. em questão recebia 3950 euros, a recibos verdes, da CML. Depois de ter deixado de ser funcionário do PS em 2009, num acordo amigável, passou a receber o subsídio de desemprego (de 1875 euros), e assinou um contrato para receber um subsídio de 57.439 euros, dos quais recebeu 41.100 euros, para apoio à sua empresa Construway e para a criação de quatro postos de trabalho, quando não estava desempregado.
O caso apareceu em Novembro do passado ano, mas o dinheiro ainda não foi, como infelizmente se esperava, restituido.
O preocupante: Pedro Silva Gomes, de quem se fala, tem 26 anos. Mais preocupante ainda, não tem qualquer currículo profissional nem formação de nível superior, com a vida profissional dele a resumir-se ao PS.
Despediu-se, candidatando-se à JF de Belém (terá sido esse o motivo e, se o PS se recusa a comentar, está a concordar com tal). Perdeu.
Foi depois contratado para a "assessoria técnica e política" no gabinete de Graça Fonseca na CML, "por estar à altura das funções às quais foi adstrito e por ser um lugar de confiança política". Em linguagem corrente: tacho.
Já o seu pai é também funcionário do PS e residiu, até 2008, numa casa da CML, com uma renda de 48 euros mensais.
Muito se falta dos valores da nossa geração, a música dos Deolinda anda aí a tocar como se fosse um hino mas, destes casos, ninguém fala. Somos todos uns tipos fantásticos, mas os casos de aproveitamento de uma qualquer situação são mais do que muitos. A política passa a ser um caminho profissional, independentemente de qualquer valor, ideal, ou qualidade. E, os partidos, de uma forma conivente, anuem com tal. Dá-lhes jeito (sim, porque estes Pedros Silva Gomes abundam), obviamente.
A tão ansiada mudança, quando esta geração chegar ao poder..? Pois.