Ter coragem de avançar
Imaginem um cenário: Têm um líder que não concordam. Têm esse líder rodeado pelos seus. Onde só e apenas os seus mandam e desmandam. Quem fala ou diverge é visto como crítico por todos. Ora que "moral" é esta que não permite a um líder de Partido em funções ter adversários internos?
Esta questão coloco por olhar para dois casos, pelos menos nos próximos tempos, em dois Partidos Portugueses. O CDS/PP e o PS irão a eleições directas nos próximos tempos. Em vez de serem voltas de rodar o País a apelar ao Partido porque não avançam Seguro e Nobre Guedes contra Sócrates e Portas? Não seria agora uma atitude de marcar claramente a diferença? Em política a derrota também faz parte. E por vezes há derrotas que podem fazer mais do que puros calculismos ou esperar pelo seu tempo. Por vezes, o tempo vai e passa tão rápido que nem conseguem fazer nada para sequer ir a jogo.
Um dia ouvi a história de Adriano Moreira. Era Adriano Moreira um putativo sucessor de Salazar, sempre falado nos corredores como a pessoa que se iria seguir, ele que trabalhou e ganhou notoriedade, esteve a fazer o seu percurso à espera. E o que lhe aconteceu com a demissão de Salazar? Estava de lua-de-mel (já se casara tarde) e perdeu o comboio. Quando voltou viu Marcello Caetano no lugar que deveria ter sido seu. Este não é um exemplo de coragem, mas de demonstração de que não vale a pena esperar e planear muito.
A coragem é algo que escasseia em política, por vezes é necessário arriscar.