O Criador.

Já há 13 histórias como a de Celeste e Paloma em Portugal, onde uma mulher doa os óvulos e a outra é inseminada e cumpre o período de gravidez. O método, chamado ROPA (recepção de ovócitos da parceira), requer também a fertilização do óvulo de uma das companheiras com esperma de um dador.
Apesar de ser um grande defensor de taxas de natalidade elevadas, não posso deixar de sentir-me incomodado com esta notícia. Os avanços tecnológicos e científicos são maravilhosos, mas haverá certamente um limite ético a toda esta experimentação com seres humanos? Ir buscar os óvulos a uma, inserir na outra e utilizar esperma de um qualquer dador, resultando numa maravilhosa criança, tudo a troco de 4000EUR?
Não só não estou confortável com a adopção por parte de casais gay, como vejo todos os meus limites de tolerância a serem testados com este tipo de casos. Não sendo uma pessoa particularmente religiosa, não posso deixar de opor-me à ideia do Homem enquanto criador e enquanto utilizador e manipulador de todos os processos que se querem naturais. E, se isso não me incomoda particularmente quando estamos a falar de marcas de champô, revolta-me quando se fala de vidas humanas, o mais precioso bem no nosso pequeno mundo.