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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

À mesa é que nos entendemos...

Rui C Pinto, 21.03.11

Na passada sexta-feira marquei presença num jantar de bloggers com Pedro Passos Coelho. À mesa reuniu-se um grupo bastante diverso, da esquerda à direita do espectro político nacional. O Fernando Moreira de Sá, e o João Gonçalves já identificaram a composição da mesa. O importante é dizer que a mesa era plural, e que assim ditou a pluralidade dos assuntos e temas debatidos. 

 

Eu, ao contrário do Luis Naves, não quis escrever sobre o jantar a quente. De barriga cheia, fica mal comentar a hospitalidade de quem convidou a jantar... O jantar, dada a sua informalidade, proporcionou uma conversa sem tabús e bastante esclarecedora. Passos Coelho surpreendeu-me com um discurso incisivo e claro que muitas vezes não lhe reconheço quando comunica através dos meios de comunicação audiovisuais. E é pena que assim seja, para bem da mensagem... Porque a mensagem é clara: Pedro Passos Coelho tem um programa de governo, está preparado para defendê-lo e quer disputá-lo em eleições. Durante pouco mais de três horas discorreu sobre as políticas que pretende implementar na saúde, na educação, na economia e finanças. Falou menos de Justiça, de Ciência ou sobre o desemprego, mas certamente haveria matéria de debate para 7 jantares... Mostrou-se um homem focado e motivado para a governação, e bastante ambicioso nas as metas que pretende cumprir, não em menos que 6 anos, na sua estimativa. 

 

Porém, a comunicação deste programa de governo tarda para que os portugueses identifiquem uma clara alternativa política. Como lembra o Luis Naves, e bem, Passos Coelho admite que os tempos que aí vêm são muito difíceis e que vão ser vividos "no fio da navalha", porém, serão tempos de clarificação do pântano político em que o país está mergulhado. Passos Coelho parece acreditar que é o último muro de segurança contra o qual o governo poderá esbarrar na sua actuação política atabalhoada e desleal. Foi claro ao afirmar que já basta do desgoverno de Sócrates. 

 

Fiquei satisfeito por ouvir o Presidente do PSD determinado a abrir no panorama político português uma janela de oportunidade para o país, pretendendo libertá-lo de uma crise política que nos amarra a um primeiro-ministro que já deu provas de que não está à altura dos desafios da governação, de todo agravado pelo seu profundo desprezo pelas instituições e regras democráticas. Porém, receio que Pedro Passos Coelho, motivado para por fim ao pântano político que o país vive, não tenha em conta a forma como pretende fazê-lo... Será esta a melhor altura para bater a porta? Infelizmente, receio que não houvesse alternativa. O país quer um caminho claro, e quer esse caminho já!