Para memória futura... Porque vem aí uma campanha eleitoral...
"Por outro lado, as dificuldades que a Zona Euro, e em particular Portugal, sentem nos mercados financeiros internacionais revelam bem que existem dúvidas quanto à nossa capacidade em reduzirmos os défices e as dívidas públicas."
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"Perante a execução orçamental dos dois primeiros meses de 2011, podemos manter a confiança de que as medidas em curso, assentes no orçamento em vigor, nos permitem atingir o objetivo orçamental definido para este ano. Mas a nossa confiança não chega para desfazer as dúvidas que outros têm"
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"Com efeito, mantendo as medidas já adotadas em 2010 e 2011 e se nada mais fizermos, o défice será, em 2012, superior a 4% do PIB. Isto não é uma opinião, é um facto aritmético que qualquer um, minimamente familiarizado com estas matérias, pode comprovar."
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"O País tem que eliminar os desequilíbrios macroeconómicos que comprometem o seu crescimento e dificultam o seu acesso às fontes de financiamento externo. Tal exige um forte ajustamento orçamental e a prossecução de reformas estruturais indispensáveis ao futuro crescimento do País. Um e outro impõem sacrifícios significativos aos portugueses."
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"Foi iniciado um tempo em que o endividamento fácil, o crédito barato, acabaram."
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"A mensagem, clara, que os mercados nos transmitem é que não podemos continuar a gastar mais 8%, 9% ou 10% do que aquilo que produzimos. Alertam-nos para o facto de que não há prosperidade sustentável assente no endividamento. Alertam para o facto de que o País não pode manter o nível de despesa, de consumo, que tem mantido à custa do crédito alheio até agora fácil.
Temos que poupar, temos que consumir menos. Sim, o rescaldo da crise iniciada em 2007 confronta-nos a TODOS com esta exigência incontornável: gastar menos.
E neste processo de correção de desequilíbrios compete ao Estado um esforço muito especial atento o elevado nível da nossa dívida pública. Um esforço que tem que continuar credível, com resultados duradouros e estruturais nas nossas finanças públicas e nos mercados que regem a nossa economia. Por isso não podem ser umas medidas quaisquer.
A superação dos problemas com que nos defrontamos exige objetivos claros e ambiciosos que requerem medidas adequadas. Precisamos de medidas que reduzam a despesa de forma sustentada, medidas que melhorem a receita e reduzam assim o défice e a dívida públicos; precisamos de reformas para dar maior flexibilidade à nossa economia de modo a facilitar o seu ajustamento às mudanças da economia global e a potenciar o seu crescimento. É indispensável prosseguir com reformas tão importantes como a da flexibilização do mercado laboral; a liberalização de mercados como o da energia e o do arrendamento urbano;a reforma da justiça e a melhoria do ambiente de negócios; as reformas na ciência e tecnologia, na educação, na saúde e nos transportes entre outras. Reformas na fiscalidade, na Administração Pública, no enquadramento orçamental, na monitorização e avaliação dos investimentos de iniciativa pública, em especial das PPP. Reformas que reforçam a equidade tributária e o quadro de disciplina e rigor das nossas finanças públicas. Por fim, é indispensável implementar medidas que reforcem a resiliência demonstrada pelo nosso sistema bancário."
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"O País precisa de um amplo entendimento político pois só com esse entendimento teremos capacidade para prosseguir com a correção estrutural dos desequilíbrios que comprometem o nosso crescimento sustentado. Esse entendimento é urgente. Se não o alcançarmos agora, será necessário alcançá-lo no futuro. O senão, é que as recusas e a crispação de agora põem em sério risco a capacidade de nos entendermos no futuro."
Perante isto, eu sugiro que a Pedro Passos Coelho que convide Teixeira dos Santos para permanecer na pasta, já que, o seu discurso resume aquilo que o PSD tem repetido over, and over again desde as eleições legislativas de 2009. Este discurso torna inegável como era absolutamente necessário provocar eleições antecipadas, para que de uma vez por todas o programa de reformas de que fala Teixeira dos Santos passe do papel para a acção...