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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Agora: trabalho!

Diogo Agostinho, 06.06.11

 

Após uma noite eleitoral tão marcante e uma campanha morna, está na altura de deixar alguns pensamentos que me ficaram deste período que passou em Portugal. Apenas uma análise subjectiva, completamente enviesada.

 

Dizer desde logo que fiquei muito contente pela saída de José Sócrates. Era claramente um empecilho para Portugal e uma vitória sua iria colocar o país ingovernável. Nem Passos Coelho, nem Portas iriam dar a mão ao culpado do estado em que estamos e isso pesou e muito nos eleitores. Foi aqui que se começou a desenhar a derrota de Sócrates e consequente vitória do Centro Direita.

 

Depois o cansaço foi evidente. Sócrates não fez o papel de coitadinho. Passou uma campanha a fazer oposição à oposição. Falou mais do programa do PSD do que do seu. Aliás, o seu programa apresentado antes do memorando da troika dizia tudo. Era apenas um papel escrito para fazer que faz.

 

Curiosamente, o melhor discurso de Sócrates foi o de sexta-feira. A dizer o que tinha feito e a dizer que não tinha sido fácil governar. Tivesse o senhor feito este discurso de início seria bem diferente o seu resultado.

 

Passos Coelho foi feliz no momento. Estava no sítio certo à hora certa. De uma euforia de pré-campanha a tiros nos pés, Passos Coelho mandou calar todos e aguentou o resultado. Esta fica como lição para daqui em diante. Escolher muito bem, quem serão os seus Ministros. Vai ser preciso pessoas competentes tecnicamente e com forte componente política.

 

E esta questão de quem se rodeia será deveras interessante. Agora saem “Coelhos” das tocas! São todos passistas de mão no peito a cantar vivas à mudança. Mas é importante referir que Passos Coelho teve um enorme apoio do PSD. Não recebeu tiros de dentro mortíferos. Não assistiu a plataformas de opinião internas, não teve gente a pedir resultados mínimos ao longo da campanha. Não teve recusas para cartazes (até nem teve cartazes o que fez bem). Contou com a presença de TODOS os ex-líderes em campanha. Contou com o PSD na hora de votar. Estavam lá e votaram. Agora de facto é tempo de correr com os boys socialistas e de cumprir. Não meter lá os boys laranjas que andam por aí a fazer contas à vida. É fulcral a imagem que vai dar nestes primeiros actos de decisão.

 

Passos Coelho é hoje Primeiro-Ministro. Estou certo de que José Sócrates era uma carta para sair. Agora é tempo de não errar. Pelo menos, não errar. Fechar um acordo rápido com o CDS. Definir bons Ministros, sobretudo o das Finanças que será a cara da sua governação. Blindar o Governo e ser transparente nas decisões. Explicar bem as medidas e o motivo que as leva a tomar.

 

Depois, temos ainda os outros “artistas”. Portas ficou frustrado pelo resultado que alcançou. Sonhou alto demais. Pensou que na indefinição que existia era a sua hora de crescer. Acho extraordinário, Pedro Mota Soares falar às 19, sobre a abstenção, ao referir que as pessoas estão cansadas dos mesmos. Então e Portas não vai na quinta eleição legislativa? Mas, alcançou os dois dígitos, tem hoje margem para se sentar no Conselho de Ministros e importa colocá-lo numa posição de comprometimento. Não pode ficar apenas nos corredores de Bruxelas. Tem que estar no dia a dia da governação.

 

E o que dizer de Louçã? Bem, uma derrota enorme e qual Prior, lá voltou a lenga lenga da cassete. Este Partido perdeu todas as suas bandeiras. É de facto, um Partido a prazo, ou tira o seu Prior e refresca a imagem ou irá sucumbir em mais um dos muitos nomes desconhecidos que nos aparecem no boletim de voto. No que diz respeito a Jerónimo, mais uma de tantas (eternas) vitórias. Eles na sua “coligação” vencem sempre.

 

Hoje, Portugal acordou mais pacificado. E cumpriu o sonho de Sá Carneiro: uma Maioria, um Governo, um Presidente.

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