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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Crónicas de um jovem sem futuro (VIII)

Rui C Pinto, 16.06.11

Há, nas democracias ocidentais, prenúncios preocupantes para o futuro. São caminhos que se trilham com toda a convicção de um bem futuro mas que pela aparente precipitação mais parecem ameaçar a segurança dos estados. Esta preocupação não vem apenas da imediata crise financeira, mas também da política energética. A Alemanha já decidiu abandonar a energia nuclear. A Itália recusou liminarmente a energia nuclear em referendo. No Japão parece inevitável a recusa da energia nuclear. Receio bem que este movimento anti-energia nuclear alastre ao resto da Europa. Receio pela falta de realismo desta atitude. Não há uma alternativa ambientalmente sustentável à energia nuclear de momento e não é expectável que ela seja desenvolvida em uma ou duas décadas. Qual será a alternativa? Mais gás natural? Mais carvão? Estamos a regredir à Europa que se degladiava por matérias primas... 

 

Depois a questão financeira. A questão financeira que em si terá resolução muito difícil levanta questões ainda mais assustadoras: do sentimento anti-Europa que nasce nas ruas gregas aos protestos pela "verdadeira democracia" dos indignados madrilenos e catalães. Acresce a delicada situação das finanças norte-americanas dependente de um acordo no Congresso entre Democratas e Republicanos (em que um terá de sair derrotado politicamente a um ano de eleições). Paira sobre nós o espectro de uma crise ainda mais dura que promete tornar a actual em mero appetizer.

 

Para lá da Europa, temos um médio oriente em definição com reformas adiadas em Marrocos, na Tunísia, no Egipto. A Líbia continua mergulhada em caos, e foi a lição que o Ocidente precisava para não intervir em mais nenhuma "revolução árabe", que ainda se vivem no Iémen e na Síria. Porém, a pressão sobre a comunidade internacional aumenta com a repressão na Síria, onde a incerteza de um futuro regime democrático é ameaçada pela influência do Irão. À incerteza a Norte de Israel acresce o relatório da ONU sobre o desemprego na Palestina que chega aos 47.5% e que relata que o único sector que vem combatendo o desemprego é o sector público, controlado pelo governo do Hamas, que assim poderá aumentar a sua influência na região. 

 

O futuro é feito de incerteza. E hoje, não me sinto optimista.

 

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