António Costa está a caminho de uma de duas coisas: um percurso de poder no futuro ou uma versão esquerdista de Marcelo Rebelo de Sousa. Isto porque a sua aparente estratégia de poder - digo aparente porque carece de futura concretização - é arriscada... Se fracassar António Costa arrisca-se à Marcelização: um futuro rico de comentário... 

Aí está António Costa a exercer a sua "magistratura de influência": votaria favoravelmente uma candidatura proposta pelo PSD para Presidente da Assembleia da República por respeito à "praxe" institucional praticada no Parlamento. Votaria, portanto, a favor de Nobre. A posição de António Costa não é puro bom senso. Sabe que um eventual chumbo por parte do PS ao nome de Fernando Nobre pode ter consequências sérias no futuro... Não é salutar à dignidade da Assembleia da República e do cargo de Presidente da Assembleia da República que a sua eleição seja, no futuro, envolta em disputa partidária...

Devia imperar neste assunto alguma responsabilidade... O PS deve mentalizar-se rapidamente de que a campanha eleitoral já terminou e que deve agora assumir responsabilidades. Ao maior partido da oposição exige-se tanto sentido de responsabilidade quanto aos partidos da maioria parlamentar. Francisco Assis deixou-se levar pela posição do secretariado demissionário do PS que já deu sinais, como no caso dos votos do Rio de Janeiro, de pouca responsabilidade... O preferido - António Costa - vem mais uma vez enfraquecer as decisões da opção de segunda escolha - Francisco Assis. Prevejo uma via sacra a Assis caso vença as eleições a Secretário Geral do PS...