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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

O diabo toma a forma que lhe queremos dar

Rui C Pinto, 25.07.11

Anders Behring Breivik, um jovem norueguês como entendemos que o deve ser: loiro, olho azul, alto, porte atlético, um vicking como nos habituámos a generalizar os escandinavos. Pura ilusão. Visitei Oslo em 2009. Não fiquei surpreendido ao encontrar uma sociedade tão diversa e multicultural como a que encontrei no Norte da alemanha, Holanda ou Áustria. É certo que a pele clara é uma evidente maioria, mas enganam-se os que imaginam um mítico harém de loir@s de olho azul. Um norueguês que fez estremecer toda a Europa.

 

É o despertar de uma velha e adormecida campainha. Até agora, estamos todos a refazer-nos do choque, mas todos sabemos bem o que representa Anders Behring Breivik. Inicialmente, o ataque foi atribuído a terroristas islâmicos. Fácil. Depois, identificado o culpado, a polícia norueguesa identificou-o como "fundamentalista cristão". Aparentemente, a religião é fácil de culpar quando o ódio mais primário gera a morte. Tal como é fácil atribuir a causa do terrorismo islâmico ao Islão e aos violentos escritos do profeta. Talvez por isso, o monstro norueguês recupere para a sua causa os símbolos dos Cruzados. É fácil revestir o seu ódio e os seus primários instintos xenófobos de uma causa e de valores que ele sabe serem transversais à Europa. 

 

A verdade é que o monstro norueguês é um militante de extrema direita. Faz apologia do ultra-nacionalismo, apela à purga das etnias minoritárias, apela à luta contra o multiculturalismo e contra a islamização do continente europeu. É um xenófobo de extrema-direita. Um terrorista. O manifesto que escreveu e o vídeo que divulgou um dia antes dos ataques (e que me recuso a difundir) constituem um apelo à violência e ao despertar para a guerra. Identifica alvos e define estratégias. É importante que a Europa o veja como ele é e que aumente a vigilância e tome consciência do crescimento destas ideologias e movimentos. Seria um desastre se todos o quiséssemos ver como um maluquinho sem ideologia e amante de heavy metal como o caraterizou Nuno Rogeiro na Sic Notícias. O diabo toma sempre a forma que lhe queremos dar. Mas porque haveriamos de lhe querer dar uma roupagem diferente? Porque é difícil reconhecê-lo nesta:

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